Cinza

Hoje foi um daqueles dias em que eu me questionei e me culpei da incapacidade esporádica de conseguir enxergar o que está bem na minha frente. A miopia não tem responsabilidade, não é preciso graus, nem mais atenção ou sensibilidade. Alguma coisa falta e até o momento em que escrevo, não consegui descobrir o que é. Talvez eu tenha deixado em algum lugar o meu leão ou a selva de pedra tão dura fez de um órgão muscular, concreto. Quisera eu, já que engulo o mundo evitando que ele me engula.


Hoje a realidade pareceu mais dura, áspera, carente e doentia. O pico das montanhas pareciam tão atrativos, toda aquela sensação de liberdade enquanto olho o que me cerca tão pequeno que posso segurar entre os dedos. Pudera tocar o céu, sentir no azul que combina com meus olhos alguma sinergia. O cimento cinza, as nuvens da mesma cor, o jardim com flores cobertas pelas gotas tristes de orvalho. Chovia e, em algum lugar, alguém chorava.

Hoje foi mais um daqueles dias que.
São longos cansativos e parecem não merecer uma definição.

Mas ainda bem, que logo chega o amanhã.

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