Achados, e não perdidos
Eu fugi da minha casa que não me comporta mais, da minha cachorra que não para de latir. Fugi do meu pai que ainda me assombra mesmo estando vivo, do homem que eu não consegui manter por perto. Eu tentei me esconder do barulho e do trânsito de pensamentos. Subi na pedra mais alta e meu perguntei se ao final da queda meus olhos estariam abertos ou fechados.
Fugi das placas de sinalização, passei pela igreja sem fazer o sinal da cruz e percebi a negativa no rosto da senhora que nunca fala. Eu fugi para o cemitério, deitei sobre a sua cova e tentei lembrar da sensação do seu abraço. Imaginei sua pele quente e seus ossos ainda não apodrecidos. Eu fugi para o céu, me escondi entre as nuvens e desci junto à chuva que lava minhas lágrimas e esconde meus medos.
Eu fugi para os vícios, amaldiçoei os anjos com a fumaça do cigarro. Eu provei dos meus medos enquanto o chão se abria debaixo dos meus pés; o céu preto se abriu dando espaço a um sol que me cegava. Experimentei sentir a minha carne queimando, eu fugi da minha responsabilidade com a escoliose. Estava indo a tantos lugares que quase me perdi de mim.
De tanto fugir, acabei me encontrando.
Fugi das placas de sinalização, passei pela igreja sem fazer o sinal da cruz e percebi a negativa no rosto da senhora que nunca fala. Eu fugi para o cemitério, deitei sobre a sua cova e tentei lembrar da sensação do seu abraço. Imaginei sua pele quente e seus ossos ainda não apodrecidos. Eu fugi para o céu, me escondi entre as nuvens e desci junto à chuva que lava minhas lágrimas e esconde meus medos.
Eu fugi para os vícios, amaldiçoei os anjos com a fumaça do cigarro. Eu provei dos meus medos enquanto o chão se abria debaixo dos meus pés; o céu preto se abriu dando espaço a um sol que me cegava. Experimentei sentir a minha carne queimando, eu fugi da minha responsabilidade com a escoliose. Estava indo a tantos lugares que quase me perdi de mim.
De tanto fugir, acabei me encontrando.
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