Quando os termômetros caem

Tudo mora no talvez, a mobília empoeirada pelos recomeços ganha um novo significado. A tv na esquerda e o computador no canto direito, a cama no centro assim como o lugar do peito que aperta. Nesse vendaval de "se" um "sim" fica ainda mais atrativo, ainda bem que ele sabe bem o que não quer. O poder da despedida não está escondido nas latas de espinafre, muito menos nos braços musculosos: a força está espalhada junto aos pedaços do coração que foi partido.


A totalidade das moléculas do meu corpo concordavam com o desejo, mas ventava muito. No meu guarda-chuva que serve para dois, agora é preciso levar também uma mochila cheia de responsabilidades. Imagina andar com tênis de tecido no temporal, ou pisar na poça de mãos dadas com quem ama. Eu atirei a primeira pedra, desconectei o que era falado do que era feito, tirei da tomada a atenção e caí no piloto automático. Por isso a fascinação pelos horizontes: quisera poder ficar em modo avião por tempo indeterminado.

Tanto fez. O que fica passeando feito partículas na atmosfera são as lembranças. Não me importa de que forma nossa relação minguou, continuo esperando que o universo esteja sendo gentil contigo.

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