Elevador
Não entendi porque você apertou o décimo andar, se em todas as outras suas visitas ao prédio sua parada era no quinto. Pelo reflexo no espelho eu notei os seus sorrisos no canto da boca, tão discretos que nem a câmera de segurança era capaz de captar. Primeiro andar, o elevador esvazia e sobra bastante espaço para só duas pessoas. Sinto seus dedos encostarem sutilmente nos meus, como se buscassem um entrelace.
Quarto andar, os botões já estão abertos. Parece perigoso, mas a crescente vontade é quase incontrolável. Qual seria o problema de libertar alguns desejos com alguém que desperta a maioria deles? Quinto andar, não consigo mais responder por mim enquanto deixo o peso do meu corpo nos seus braços firmes. A temperatura sobe na mesma velocidade que as cordas nos levam aos andares mais altos. No sexto andar, aparece a necessidade de travar as portas.
Sétimo e oitavo andares, os corpos que se misturam e o prazer que se confunde com o perigo. Nono andar, as roupas amassadas e o cabelo fora do lugar. Uma demonstração de carinho em forma de selinho, mas não tão breve como algo para revelar que o tempo está acabando. As portas de abrem no décimo andar, saio desviando o olhar daquelas pessoas que esperavam o elevador chegar. Rio sozinho imaginando você voltando alguns andares suportando os olhares encabulados.
Tem alguma coisa no meu bolso: um papel com seu telefone...
Segundo andar, você me puxa para mais perto e ensaia um beijo. A porta abre mas ninguém está esperando, sorte a minha poder ser jogado contra os botões enquanto caminhamos às alturas. As suas mãos seguram o meu maxilar enquanto sua boca surra elogios ao pé do ouvido. Terceiro andar, os espelhos começam a embaçar e o embaraço do primeiro beijo já ficou pra trás.
Quarto andar, os botões já estão abertos. Parece perigoso, mas a crescente vontade é quase incontrolável. Qual seria o problema de libertar alguns desejos com alguém que desperta a maioria deles? Quinto andar, não consigo mais responder por mim enquanto deixo o peso do meu corpo nos seus braços firmes. A temperatura sobe na mesma velocidade que as cordas nos levam aos andares mais altos. No sexto andar, aparece a necessidade de travar as portas.
Sétimo e oitavo andares, os corpos que se misturam e o prazer que se confunde com o perigo. Nono andar, as roupas amassadas e o cabelo fora do lugar. Uma demonstração de carinho em forma de selinho, mas não tão breve como algo para revelar que o tempo está acabando. As portas de abrem no décimo andar, saio desviando o olhar daquelas pessoas que esperavam o elevador chegar. Rio sozinho imaginando você voltando alguns andares suportando os olhares encabulados.
Tem alguma coisa no meu bolso: um papel com seu telefone...
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