Por que você não me ama?

Eu como dois pães francês pela manhã e não fico com peso na consciência quando chega o almoço. Tenho o hábito de sorrir para desconhecidos e não faço seleção para distribuir gentileza. Noites de insônia são comuns, assim como as olheiras. Prefiro Coca-Cola a guaraná e não me importo se você não sabe dançar. O meu ego é do tamanho mediano, mas é capaz de contemplar as minhas e as necessidades de alguns Outros. Já esperei alguém desligar a chamada para depois responder por mensagem, fingi estar em uma ligação para não precisar cumprimentar aquela pessoa. Contei pequenas mentiras para não magoar, disse verdades para fazer acordar.


Atravesso fora da faixa, ouço música com os fones de ouvido no último volume. Por diversas vezes sorri enquanto queria chorar, mas também senti embaraço rindo em momentos que pediam seriedade. Repito várias vezes a mesma música e esqueço a tal parte da letra, não me sinto acanhado e balbucio qualquer coisa que soe parecido. Ganho prêmios no chuveiro, aceno para os fãs imaginários, lavo a alma com a água morna que cai em gotas grossas. A roupa é escolhida de acordo com o humor, o que causa insegurança ou curiosidade: depende dos olhos de quem vê.

Faço da sensatez a minha melhor companhia, mesmo ela se escondendo em algum lugar quando perco a cabeça. Grito no alto da montanha, ando descalço pelos jardins do vizinho. Demoro até criar coragem para entrar na água gelada das cachoeiras, passo pelas trilhas agradecendo à natureza pelas belezas do caminho. Fumo mais cigarros num dia do que deveria, falo palavrão. Faço rir, faço chorar.
Cabe tanta coisa em mim que pouco amor não daria conta da logística dos sentimentos...

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