Eu não acredito em você

Eu faço crochê, outras vezes eu deito a cabeça no travesseiro e choro até quase me afogar. Invento sabores para o brigadeiro, aceito as mentiras contadas pelo inconsciente. Eu sei que não é nada além de um daqueles pesadelos em que não consigo acordar. Coloque os óculos de sol para proteger seus olhos claros enquanto você observa meu corpo caindo em direção às pedras. Não sou eu quem vai te lembrar que você prometeu não me deixar na cidade dos corações partidos.

Eu não acreditei quando ouvi que o amor tinha saído de férias, mas agradeço pelo tempo que me fez acreditar que gostava da minha companhia. Até encontrei alguém para estar comigo todos os dias, e ela sorri pra mim todas as manhãs quando olho no espelho. Continuo não me importando em ser a criança que caiu do balanço, aquela criança que continua no parque e tenta mais uma vez. A inocência continua aqui, mas em lugares diferentes.

Resignificação dos vícios, regar a aorta. Calcei as botinas e fui em direção ao inimigo, desarmado, precisando de um abraço. Tiros, dinamites, aviões de caça: se eu subir na montanha mais alta e gritar como me sinto, você consegue me ouvir da sua janela? É inquietante experimentar o gigante poder do adeus...